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Aqui no Vale do Quilombo, o verbo é contemplar. A vista, a 850 metros de altura, envolve o olhar com hortênsias que florescem em profusão no verão. A sensação de liberdade e presença é só o começo.
Se tu és fã de fotografia, fica a dica: pela manhã, a luz é mais suave; à tarde, o recorte da paisagem ganha intensidade. E quando a cerração cobre o vale, o cenário se torna ainda mais bucólico.
Com atenção, busque entre o verde as construções históricas da Linha 28 e imagine a vida que alguns colonos ainda preservam até hoje.
O próprio nome “Quilombo” evoca lembranças de refúgio e resistência. Como aponta Magalhães (2008), no final do século XIX essa encosta do planalto era ocupada por uma diversidade de pessoas: fugitivos, desertores, posseiros, colonos, tropeiros e também negros, que aqui deixaram sua marca. Assim, a presença negra também se entrelaça à formação histórica de Gramado, seja na lida com tropeiros, como ocupantes da terra ou como parte da economia local.
Um caminho também abençoado. O Padre Theodoro Amstad, que percorreu os caminhos coloniais entre 1897 e 1905, descrevia visões e miragens ao cair do sol, enquanto buscava os fiéis em clareiras nas matas.
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